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12 de maio – Dia Internacional da Enfermagem

  • Foto do escritor: Lacuiden Imagens
    Lacuiden Imagens
  • 12 de mai. de 2020
  • 4 min de leitura

ENFERMAGEM entre a COVID 19 e a VIDA: a barreira VISÍVEL DO CUIDADO


Quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou em 2019, que em 2020 se comemoraria o ANO INTERNACIONAL de ENFERMAGEM, seguiu-se uma avalanche de propagandas preparativas sobre “ENFERMAGEM NOW”. Era o momento de “agora” ou “nunca” de ser reconhecida, de adquirir “SELO DE QUALIDADE e DE SEGURANÇA” para mostrar, o que é e o que não é enfermagem, tema de uns principais livros escritos por Florence Nightingale.

“A ENFERMAGEM NOW” se preparou para festejar um ano só para ela. Era o momento de tirar tantas dúvidas sobre: O que é? Como se faz? Por que cuidar? Aplicando seu conhecimento técnico científico para a mídia, sociedade, que, às vezes, ocorre com má interpretação, sem a chance de dizer o que a Enfermagem faz.

É afirmar que a Enfermagem é filosoficamente “ELA É E ESTÁ” inteira e mergulhada nos espaços de suas práticas em dimensões e complexidades diversas, e tem por objeto e missão cuidar de forma técnica-científica do SER HUMANO em toda a sua natureza, sua singularidade, em sua simplicidade em um “CORPO TOTAL”.

Quiz o COSMOS, as forças  da Natureza, quem sabe a mãe  GAIA, chamar as(os) enfermeiras(os) e sua equipe para se mostrar em uma outra empreitada, a de CUIDAR do planeta terra que está  sob a égide  de uma  PANDEMIA pelo “o senhor da doença  e da morte a COVID 19”, que adoeceu e matou mais de 200.000, pessoas, incluindo os profissionais de Enfermagem.

Nightingale à  distância  diz: essa situação  eu já  vivi, não  nessa dimensão, mas, eu sabia, em algum momento, quem matava os homens e às mulheres que cuidavam, era à infecção do ambiente, com teoria testada, quando informou e afirmou que os soldados da Guerra da Criméia  morreram mais por falta de higiene.

 Agora, 2020 é de “PANDEMIA NOW”, os profissionais de enfermagem são retirados de seus PALCOS NORMAIS DE ATUAÇÃO, para escrever uma nova narrativa sobre ela no enfrentamento dessa pandemia.

O novo coranavírus, considerado inimigo invisível, chega ÀS MÃOS das e dos profissionais de enfermagem, como mais um vírus que se junta a tantos outros mortais que povoam sua prática cotidianamente.

É nesse “NOW” que vocês de todas as raças, de todas as cores, de todos os credos, EXPLODEM como agora que a “Enfermagem Now” faz sua ARTE DE CONHECER e explorar as EMOÇÕES para trazer seus clientes a acreditar no fluxo da vida “MÁQUINAS DE GUERRA”, parafraseando Deleuze, movidas(os) pelo desejo ético e no juramento Nightingeliano a ASSUMIREM cuidar desses novos clientes e que se parecem como FOGOS DE ARTIFÍCIOS a iluminar espaços VISÍVEIS de sofrimentos, de dores, de medos e de mortes, do clientes, delas mesmas e de seus entes queridos.

Obrigada pela pandemia, a enfermagem não FESTEJA, não FALA, está contido pelos Equipamentos de Proteção Individual: as MÁSCARAS  e se quer deixam a amostra seus rostos e suas marcas provocadas por elas, os MACACÕES que controlam, esquentam e desconfortam seus corpos, as LUVAS que lhes tiram a sensibilidade de TOCAR e com esse aparato perdem a identidade e são confundidas com outros.

Não existe o “ARCO IRIS”(ALIANÇA) nessa pandemia, quando tudo é tristeza…Trabalham no ESCURO, na INCERTEZA, na DÚVIDA do que estar por vir. Mas, como já disse anteriormente, nosso DNA É DE GUERRA. Por isso, se atiram nesse precipício perigoso para ajudar a salvar seus clientes.

Correm e criam corpos  ÁGEIS, para preparar: ambientes de conforto, medicação segura, preparam corpos perdidos na luta contra o vírus, higienizam corpos vivos com seus fluídos e secreções, que ninguém  faz  pelos odores, transformando a enfermagem numa PRÁTICA que tem SENTIDO, que tem SIGNIFICADO, como a ciência racional do sensível. Isto é, os odores são reais, muitas vezes insuportáveis, mas cuidamos em nome do conforto e da higiene.

É  uma ciência  do SENTIR que se objetiva em VER, ESCUTAR, COMUNICAR, TOCAR, por isso a enfermagem É, porque jamais abandona a ideia  de que tem um saber de cuidar  que é  científico, que é  ético, que é técnico, que é fundamental há 150 anos, porque nunca coloca seu cliente em RISCO; porque seu compromisso é com o ser humano, somente com ele, pois mantém uma CHAMA ACESA – energia corporal e espiritual – a se expressar em AÇÕES E ATOS DE CUIDAR, que o mundo não  consegue decodificar.

Uma “ENFERMAGEM NOW”, agora, já é “FOREVER”, não dá para esperar, por isso jogam-se na escuridão, mergulham nessa pandemia, enquanto outros milhões de profissionais de enfermagem estão a cuidar de outros inimigos, outras doenças, nas comunidades, nas ruas, nas emergências cotidianas das violências urbanas diversas, nos domicílios, porque a ENFERMAGEM não para, NÃO PARA NUNCA.

Como suportam? Confrontam-se, sofrem, sentem medo e,  assim vão  criando  LINHAS DE FUGAS para sobreviver, fugir das diversas nuances da “EMOÇÕES  NEGATIVAS”, criam geografias de sobrevivências em seus espaços  de cuidar sem condições,  da fadiga e do tédio,  do não  beber água e nem de se alimentar adequadamente.

Criamos estreitos horizontes de esperanças para manter artérias, mente, entusiasmo, sociabilidade e compaixão por NÓS MESMOS e pelos outros, tentando desembaraçar as situações em seus espaços de cuidar.

No meio da Pandemia o mundo inteiro tenta fazer, celebrar a festa  por NÓS,  pois estamos no meio de um tsunami a nos carregar para dentre dele, principalmente no Brasil, este evento se mistura com situações  socioeconômicas,  de poder, que tem nos abandonado, fazendo com que trabalhemos sob RISCO, mas a enfermagem continua, o que me faz reafirmar e pensar nessa profissão  como: EXTRAORDINÁRIA, SINGULAR, por isso FUNDAMENTAL.

São guerreiros, numa guerra incansável, na qual a metade da sociedade se preocupa em não se contaminar ou ser contaminado.

Somos CAMELOS (num sentido simbólico de resistência) a carregar tuaregues em busca de um OÁSIS DA SAÚDE, para salvar-se do “SOL QUENTE”, a banhar-se na “água fria do cuidado para a vida”.

A Enfermagem “NOW é FOREVER”, com ou sem pandemia, ela RESISTE, como árvores  que nascem nas pedras ou plantas nas  rachaduras do asfalto ou, ainda, flores em meio ao lodo para manter essa profissão, ofertando CUIDADOS SEGUROS E CONFORTANTES, criando estratégias,  criando ambientes confortáveis, criando tecnologias, criando esperança, porque sua  IDEOLOGIA  PADRÃO  e POLITICA deve ser ou é CUIDAR.


Nébia Maria Almeida de Figueiredo – Professora Emérita da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – Escola de Enfermagem Alfredo Pinto. Ilustração da autora.

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